
Eu erro, refaço e sigo.
Eu erro, refaço e sigo.
Embora eu esteja há pouco tempo nesse universo, comecei meu caminho na cerâmica em setembro de 2024 e já moldei mais de 200 peças, uma a uma, aprendendo e colocando o coração em cada etapa.
A cerâmica apareceu na minha vida em um momento em que eu precisava desacelerar. Comecei como quem busca um tempo pra si, sem pressa, só pra respirar. E acabou virando parte da minha rotina, da minha forma de viver mesmo.
Entrelaços — 縄文の手 (Jōmon no Te) Inspirado na ancestral técnica japonesa de modelagem por rolinhos (coil building), esse vaso foi construído à mão, camada por camada, num processo meditativo e desafiador.
As Mãos de Jomon 縄文 (Jōmon) = literalmente “padrão de corda”, nome do período da cerâmica japonesa que inspirou a peça. の (no) = partícula de posse, como “de”. 手 (te) = mão.
Que o artesanato seja cada vez mais valorizado no Brasil, por tudo o que ele carrega, pela história, cultura, e identidade.
Passei o domingo no 19º Salão do Artesanato, das 11h às 17h, com minha mãe, Elizabeth, e minha tia Silvia. Visitamos stand por stand, conversamos com vários expositores e saí de lá com a cabeça cheia de ideias e o coração cheio.
Não é só um logo. Essas cinco flores fazem parte de uma lembrança antiga, daquelas que a gente sente sem saber explicar direito.
Minha família veio da região de Andaluzia, no sul da Espanha. Um lugar de calor, cerâmica colorida e paredes cobertas de azulejos. Meu pai sempre gostou de falar sobre essa origem. Desde pequena ouvia ele contando histórias dos meus avós, da nossa raiz espanhola. Isso ficou em mim. E há alguns anos, comecei a pesquisar mais por conta própria. Quis entender melhor de onde a gente veio, como era aquele lugar, o jeito de viver.
Quero compartilhar uma notícia especial: minha professora, Magali Ercolin, mestre artesã reconhecida pelo Estado de São Paulo, foi convidada para participar da 19ª Edição do Salão do Artesanato – Raízes Brasileiras, que acontece de 21 a 25 de maio de 2025, no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera, em São Paulo.
Estive no Salão do Artesanato no ano passado, e foi muito bom. Muita coisa boa reunida num só lugar, cerâmica, madeira, fibras, pigmentos… tudo feito por quem realmente domina a técnica.
Esse ano vou de novo. É o tipo de evento que vale a pena: você aprende, conhece gente de várias regiões e sai cheio de ideia na cabeça. Acontece de 21 a 25 de maio de 2025, no Pavilhão da Bienal, no Ibirapuera.
A 55ª Exposição de Arte Koguei, promovida pelo Bunkyo, acontecerá entre os dias 5 e 19 de outubro de 2025, em São Paulo. Trata-se de uma das mais importantes mostras de arte nipo-brasileira, com temática livre e curadoria criteriosa.
Neste momento, estou em processo de inscrição com obras criadas especialmente para a ocasião — peças que carregam o silêncio do fogo, a leveza do tempo e a presença do gesto.
Meu trabalho começou num momento em que eu buscava silêncio e foi no barro que encontrei.
Sou Renata Catena, e ainda estou no começo do meu caminho como ceramista. Tenho aprendido aos poucos, com as mãos e com o tempo, entre tentativas, erros e pequenos acertos que me animam. Venho de uma vida corrida, empreendo, toco projetos sociais, mas foi na cerâmica que encontrei um lugar diferente. Um ritmo mais calmo, mais presente. Um tempo que me obriga a estar ali, inteira.